quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

uma carta ao nada.

tenho andado tão cansada, esses sorrisos me desgastam a cada dia
fica cada vez mais difícil chegar até a noite e cada vez mais difícil acordar pela manhã.
tu se agarra em sonhos que guardou num pote no fundo de sua mente e acredita que amanhã será diferente, mas nunca é. e o amanhã, é o próximo esperado amanhã.
o coração aperta, os olhos se molham. será que é mesmo tão difícil?

me peguei sentada um dia desses em frente a janela, fitando o horizonte

nada encontrei.
olhei tão fundo dentro de mim e poeira foi o que restou.
talvez perto das árvores meu coração se acalme
a lareira acesa
o cheiro da grama ... a vida longe desta minha. será mesmo difícil?

todos os dias o aperto na garganta aumenta, como se eu estivesse engasgada com pedaços enormes de ossos

como se eu estivesse embaixo d'água sem conseguir subir
é sempre como gritar, bater os pés e surrar as paredes, mas ninguém, ninguém ouve um só ruido.
já dormistes com o coração chorando?
já abraçastes alguém e saiu para uma caminhada longa e sorridente, quando por dentro tu estavas a morrer? 

a força que tenho dentro de minha mais profunda imaginação, torna-se nada perto da fraqueza que eu tenho sempre que me vejo no espelho. salvem-me.

salvem-me rápido. o tempo encurta-se a cada batida do velho relógio. a cada batida...

será mesmo tão difícil?


- Jammie.

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